quinta-feira, 7 de abril de 2011

Submissa

O medo de ser rejeitada ou estar incomodando a deixava nervosa, fazia o estômago revirar, mas o desejo sempre fala mais alto.

Queria vê-lo em cada tempo que tinha livre e por isso corria, corria na tentativa de que as horas fossem mais lentas.

Quando ele se encontrava ao alcance de seus braços, o apertava, na ânsia de não vê-lo fugir.

Não consegue esconder seus sentimentos, eles escorrem do peito para as mãos, para a face e para a boca que nem sempre segura as palavras reveladoras.

O coração e a respiração também a traía parecendo dois tambores ritmados de tão intensos movimentos e batidas.

Ela não esquecia os olhares trocados entre carícias e as frases sussuradas enquanto os corpos se aquecem.

E ele a tinha, de todas as formas, ela não podia esconder nem negar que ele sabia usufruir desse poder que lhe foi delegado, inconscientemente, após dias, semanas e meses de brincadeiras que foram ficando sérias.

Perdoava-o muito, o ouvia e estava disposta a tirar qualquer pedra do caminho dele, só para vê-lo mais feliz, só para tornar a existência dele mais leve, era capaz até de sumir, até de tentar odia-lo, só para o ver seguir sorrindo.

Um comentário:

Francisco de Sousa Vieira Filho disse...

Belíssimo! Sub-missão... a entrega precisa de certa dose de reciprocidade, ou descamba pra comodismo e satisfação de interesses mútuos, mas nunca de mesma ordem...